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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Inverno

Pode parecer rabiscos de criança, mas é apenas o gráfico que ilustra o humor de Raquel.

Ela acordou neutra, tomou banho bem humorada, quis ficar triste durante o café da manhã, pegou sua carona sentindo-se concentrada, chegou ao trabalho extremamente cansada e decidiu que estava se sentindo estranha. Ela não costumava ser assim e só para piorar a situação, não era sua culpa essa falta de estabilidade. Raquel estava lá, vivendo normalmente, quando, de repente, surgia alguém prontíssimo para tirá-la da rota.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Paranoia

— E aí ele disse “hã?”.

Rindo mais que o necessário da história não tão interessante de Leonardo, Gabriela abaixou a cabeça para expressar um “que diabo foi isso?” para si e erguê-la assim que tivesse superado a sua falta de controle, que sempre a fez reagir de forma exagerada na frente do rapaz que ela gosta há tanto tempo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Purgatório

Aqui é escuro. E eu que pensei que a morte era relacionada ao branco... Aliás, isso é racismo? Porque se for, retiro imediatamente o que eu disse, pois se tem um momento que eu temo o inferno, esse momento é agora.
E como esse lugar é apertado. E abafado. Em uma situação normal eu estaria com falta de ar. Tá certo que essa não é uma situação normal, o que não faz muito sentido, considerando que a morte não é novidade pra nenhum ser vivente. De toda forma, até onde eu sei, essa é a primeira vez que morro.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Meu querido amigo,

Como você está? Bem? Quão bem? Não economize na resposta, não se acanhe, gaste meu tempo. Me acorde, mantenha-me desperta.

Hoje vai

"Hoje vai".

Por toda minha vida fui um medroso. Mas isso não fez de mim uma pessoa estagnada, imutável. Meus medos sofriam mudanças na medida em que minhas necessidades e ambições também se modificavam.

Houve um período que tive medo de não ser uma pessoa notável. De ser só mais um. Um inútil. Em um dado momento parecia que esse medo iria se concretizar. Eu não era excelente em nada. Bonzinho, mediano. Excelente não. O meu medo, de toda forma, não era maior que a minha vontade de dormir com a consciência tranquila e o tempo me conformava. Eu havia me convencido de que eu ainda poderia me tornar excelente em algo.

Na medida em que fui crescendo, percebi que eu não precisava ser excelente - ou só me conformei que nunca o seria - e notei que, ainda assim, eu era capaz de me destacar. Eu não era "mais um", eu era "um". Singular e insubstituível. Poderia até não ser de grande importância, mas naquilo que me reconheciam apenas me reconheciam por eu ser eu.