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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Pode falar pra mim

— O que foi? Por que você tá com essa cara?

— To sentindo uma dorzinha...

— O que houve?

— Não sei, só ta doendo. Não é tão forte assim, mas é persistente.

— Isso foi profundo. Quer desabafar?

— Pra que?

— Repartir a dor.

— Eu mencionei que a dor é física?

— Caramba! Você deve estar mal mesmo.

— Eu já não sei do que você tá falando.

— Da sua dor, oras.

— Você compreende que eu to falando de dor de verdade, não é?

— Eu sei, não to desmerecendo a sua dor. Toda dor é de verdade.

— Para com isso! Eu to falando de dor de cabeça.

— Entendo. Às vezes eu também me sinto assim, quando todos os problemas me vêm à tona e o meu emocional fraqueja, a minha cabeça chega a ponto de explodir. Quer ouvir um conselho que minha avó sempre me dava nesse tipo de situação?

— Não, eu só quero sonrisal.

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