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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Como se chama?

Eu tava chateado.
Acontece.
Qual é o nome que se dá quando você se esforça e num sai do lugar? Medíocre.
Qual é o nome que se dá quando você sente raiva de quem sempre consegue o que quer? Inveja.
Qual é o nome que se dá quando você sente que não deveria sentir isso? Vergonha.
Qual é o nome que se dá quando você percebe que perdeu o seu tempo? Frustração.
Eu só tava chateado.
Acontece. Mesmo.
Qual é o nome que se dá quando você nota que sempre será pequeno? E será anônimo? Que nunca foi tão bom quanto pensava? Que toda sua bondade é uma fachada? Que seu interior está tão apodrecido que nem mesmo você próprio se atreve a encará-lo? Como se chama? Como? Eu mesmo.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Despedir-se

Sabíamos que esse dia chegaria. Ficávamos jogando esse fatídico dia pra depois, depois e depois, que mal realizamos que o depois uma hora seria agora. Agora. E então me despeço. Eu disse com todas as palavras: eu estou desistindo. Desistir não é tão fácil pra mim, não quando se trata de você. Mas uma hora o insustentável foi percebido como insustentável e todas as palavras, que me entalavam a garganta e eu queria tanto dizer, foram engolidas, já não formam mais aquele bolo que me sufocava e engasgava. O que eu pude fazer, eu fiz. O que pude demonstrar, demonstrei. E eis que digo “tchau”, que pode ser um até logo, mas que se depender de mim será um adeus. Ficar em pé por tanto tempo, esperando a sua vez, cansa; a circulação não funciona como deveria, a fadiga só te faz querer trocar de posição. É isso, estou fadigada. Ainda tenho coisas para lhe dizer, mas quer saber? Deixa pra lá. Não há nada que eu diga que mude as coisas. Eu estava disposta a lhe ouvir e tudo o que recebi em troca foi o teu silêncio. Pois bem, a reação mais coerente para tal tratamento é a minha ausência, então tchau, até logo, adeus.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dia dos Namorados

Já não me basta o aniversário de cada pessoa importante, ainda tenho de me preocupar com uma data arbitrária que só serve pra me arrancar mais dinheiro? Não, não tenho. Ainda faço parte do universo dos [palavrão]. Estranho, muito estranho. Era mais fácil quando as amigas também eram [palavrão] e chorávamos todas juntas pela nossa [palavrão], mas de repente você se vê num mundo onde uma boa parcela das pessoas faz de hoje um grande dia e você fica incomodado porque parou de dar importância. Não, eu to mentindo, tem importância sim. Reduzida, digo, pois não estou me dando ao trabalho de escrever isso?

sábado, 6 de junho de 2015

E se

E se eu só não consegui?
E se eu jurar que eu tentei?
E se eu te disser que não deu certo?
E se eu confessar que nem tentei tanto assim?
E se eu explicar que quando não se tenta muito, justifica-se o fracasso?
E se eu tiver medo de fracassar mesmo quando tentar com força?
E se eu fracassar?
E se eu desmoronar?
E se ninguém me segurar?